quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Uma escolha

De repente, em breve instante de sobriedade
Num simples e novo amanhecer
Descerrar os olhos e efetivamente se ver
Que, se há vida, há tempo
Incites, então, os braços e pés e cabeça
Ainda que a maré seja revolta
Não se entregues antes mesmo de terminar
Não permitas que as ondas te lancem
De encontro aos recifes do teu mar,
Que te firam até a alma,
Que te cortem a pele e a respiração,
Que te enlacem e remetam ao fundo,
Como inerte pedra que se deixa tragar,
Que te amputem as asas, antes mesmo,
Que almejes alçar, um primeiro,
Mas ao mesmo tempo, um único
e último vôo
Mas, aquele que te libertarás
Como à muito mortificas em silêncio
Embora a altura que possas senhoriar,
Poderá penhorar em ti a real solidão
Vôos tão libertos não são em bandos
Solitários e difíceis eles são
Por vezes se fazem em dolorosas despedidas
Se dilaceram alguns corações
Mas, se o peso em riste nos ombros
Já não resistes mais à carrear
Extirpa-o, mentalmente, blindando-se
Os sentimentos
E sobrevives ao teu naufrágio
Vá de encontro ao teu tão admirado horizonte
Não lamentes o que por direção
Para trás tiveres que deixar
Só sintas a "liberdade" e respires lépido
Enquanto não te expirares o ar!!!

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