quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Uma escolha

De repente, em breve instante de sobriedade
Num simples e novo amanhecer
Descerrar os olhos e efetivamente se ver
Que, se há vida, há tempo
Incites, então, os braços e pés e cabeça
Ainda que a maré seja revolta
Não se entregues antes mesmo de terminar
Não permitas que as ondas te lancem
De encontro aos recifes do teu mar,
Que te firam até a alma,
Que te cortem a pele e a respiração,
Que te enlacem e remetam ao fundo,
Como inerte pedra que se deixa tragar,
Que te amputem as asas, antes mesmo,
Que almejes alçar, um primeiro,
Mas ao mesmo tempo, um único
e último vôo
Mas, aquele que te libertarás
Como à muito mortificas em silêncio
Embora a altura que possas senhoriar,
Poderá penhorar em ti a real solidão
Vôos tão libertos não são em bandos
Solitários e difíceis eles são
Por vezes se fazem em dolorosas despedidas
Se dilaceram alguns corações
Mas, se o peso em riste nos ombros
Já não resistes mais à carrear
Extirpa-o, mentalmente, blindando-se
Os sentimentos
E sobrevives ao teu naufrágio
Vá de encontro ao teu tão admirado horizonte
Não lamentes o que por direção
Para trás tiveres que deixar
Só sintas a "liberdade" e respires lépido
Enquanto não te expirares o ar!!!

Amanhecer na Maranduba

Como tantas vezes já o fiz
vim hoje novamente, vê-lo
pois cada vez é um novo amanhecer
hoje se mostrou um pouco frio.
tal qual o visitante.
mas completou-se com o barulho do mar
com o balé de uma garça
e com um cão que veio me visitar
contemplando tudo parado fiquei, só
sem tristezas, porém desolado.
como um turista que caminhava ao longe
ou como aquele velho morador
que sempre está aqui, procurando perdidos trazidos pela maré
hoje vejo milhares de pegadas na areia, e sei que nenhuma são suas...

sim, hoje ele se mostrou diferente.

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Poetizar

A poesia está no ar
Sensibilidade há de bastar
Para sua essência captar
Ela está no ar, no mar,
Está ela em todo lugar
Basta se ver e se enxergar
A poesia há de se mostrar
Com rima ou mesmo sem rimar
Quem nela há de se aventurar?
Quem há de poema se encantar?
Quem há de viver à poetizar!!!

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Olhar

Vou poetizar a ingenuidade de seu olhar.
Vou me ater a essas bolinhas castanhas.
Que hora chora
Que hora ri.
Esse mais lindo brilhante.
Não os feche para mim.

Mas também não me olhes assim.


quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Soneto de inércia

O que o outro não consegue ver em ti
Supõe, erradamente, por melhor lhe caber
Que a aparência que te envolve faz sentir
Que tens um mundo perfeito, onde viver

Aparência, é pintura velha que se restaura
À paliar real desolação que dentro se instaura
Atribuir ao tempo tardio que nada podes imutar
Congela-te o coração, o amor não poder amar

Só inércia desmedida e bom senso ao de triunfar
Em resposta ao resgate que teu desespero grita
E que teus olhos à alguém já se fez revelar

Entalhar-se aparências, enquanto dentro a sangrar
Quando inércia e medo nos move e nos habita
Não se restaura a vida, e se deixa o amor deteriorar!!!

Daisy Braito

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Centro da Cidade

Ruas estreitas
 postes mal colocados
  fachadas velhas
   e velhas famílias
MONOPOLIZANDO 

terça-feira, 23 de agosto de 2016

A doce nuvem

E o que são as nuvens?
Ah!... não quero explicações científicas óbvias, reações naturais orgânicas.
Essas eu já sei, essas qualquer livro pode ensinar.
Quero minhas interpretações...
Ao meu ver, ao meu observar,
Através de meus olhos e de minha imaginação.
Quero as nuvens, como eu quiser que elas sejam,
Como eu quiser que elas pareçam.
Quero uma conotação poética às nuvens.
Afinal..., por que os poetas só exaltam a lua?
Pelo seu ar de mistério, por ser dos amantes, da donzela na janela, por ser tão bela?
Mas a nuvem, também pode ser tal qual dos amantes...
Como confortável leito delirante,
Ou da donzela, a espera pelo seu cavaleiro andante.
E a beleza nela, também há.
Tão branca e altiva, tão leve a voar,
Pintando o azul em tantas formas pra se admirar.
Encobrindo, por vezes, o sol tão intenso do verão, só pra nos refrescar.
Ah!!!... nuvem, de você há tanto pra se falar, imaginar.
Tens o poder de se transformar ao simples toque do vento.
Mudando suas formas, criando personagens como a contar histórias, no amplo telão do céu.
Sei que por vezes você enegrece, manchando sua brancura quase virginal de escura.
Mas é somente para anunciar uma chuva, ou tempestades até.
É quando parece que se põe a chorar.
E até raios passam através de ti.
Mas são apenas seu momentos, através da natureza, à demonstrar reações de ira e tormento.
Como um ser, regado de emoções e sentimentos.
Mas quando voltas a sua alva brancura, a passear tão lentamente pelo azul límpido do céu, numa bela tarde de verão,
Eu a vejo como um doce, na verdade dois doces, meus preferidos e tão simples, doces.
Como uma suculenta maria-mole , tão leve, macia e branquinha.
Ou um algodão-doce, todo embolado naquele palito, meio disforme tal qual mesmo a nuvem, e tão açucarado a derreter na boca.
Ah!!!..poetas, falem mais das nuvens.
Eu vou ter que parar por aqui, pois preciso, urgentemente, ir até a doceria.
E lá quando me perguntarem o que vou querer...
Hummm...deixe-me ver...
Hoje só vou comer nuvem.
É o que irei responder!!!

Daisy Braito

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Frases soltas

O mundo continua ser a mesma colcha de retalhos de sempre.
Com o agravante que agulhadas no oriente atingem o ocidente.

Minhas especialidade
é não ser especialista.

Sobre nome é saudosismo.

Amor não é como crime.
Não prescreve.

Complexo de vira-lata, só não tem no futebol.


Me equiparo a um soldado,
sem soldo
sem saldo

Frases soltas

O mundo continua ser a mesma colcha de retalhos de sempre.
Com o agravante que agulhadas no oriente atingem o ocidente.


Minhas especialidade
é não ser especialista 

Sobre nome é saudosismo.


Amor não é como crime.

Não prescreve 

Complexo de vira-lata, só não tem no futebol.


Me equiparo a um soldado,

sem soldo 
sem saldo 

A natureza o rejeita.

enquanto o mosquito o espreita.

Pode o passado.
Regue o presente 
Colha futuro

A vida é uma confluência

de interesse 
e desilusões. 

A lua é minha porque é feminina.

Esperamos a entrega total do poeta

mesmo que isso lhe custe a vida
Sangre...
O que importa é que sangre..

É muito mais legal fazer xixi no quintal.

Poeta é "solo"


Escrever é uma droga.

"tenho que parar com isso". 

Que saudades que tenho de "mim".


Um rei do baião

Um rei do cangaço 
"eita nordeste arretado". 

A vida é tão bela quanto uma "cagada"


Poeta é um vendedor de sonhos


Ao primeiro sinal de desilusão

desiluda-se do sinal. 

Reflexões
Para pensar
                  &
     Pare de pensar


Fotos:
Imagem

fria 
 num 
canto 
qualquer 



Essa coisa de poesia parece que vicia.


Um velho filme de cinema. 
Pena que todos já moreram. 

Não há nada entre o céu e o mar


deus cuide de seus poemas

que dos meus cuido eu.

um homem sem sofrimentos

é um homem sem sentimentos. 

Agora é tarde para dormir


A mente emana egoismo  procurando vaga no estacionamento.


amar é amar e ponto


comparando fundamentos

entendemos pensamentos

O mundo anda muito digital

mas a poesia continua sentimental

Sabe aquela dorzinha no peito
tem nome 
Saudades 

A vida não impõe regras

você as adota. 

Com minha caneta erétil

só faço poesia fertil 


"Sou" assim amor
"Soa" assim amor 
"Soul" assim amor 

Quem erra pouco é porque fez pouco.

Quem erra muito é porque fez muito.
Agora se você não erra nada.
É porque ainda não fez nada.

Vá em frente e ensine o caminho pra gente.

A vida anda difícil?
Quem te disse que iria ser fácil!



Somente a sua mente fará você caminhar para frente.

Entre tantos afazeres,
deixamos de escrever.

Ai você lê e fica com aquela cara de
                  “UE”

Se a vida fosse apenas passageira, porque haveria história.

Sem sabor igual de ficar ouvindo
essa orquestra natural.

A paz está bem mais próxima
que os olhos podem alcançar.

Eu Sempre achei que os Espanhóis estavam certos.
Já te interrogam no começo da frase.

Quem adora Leminski são as companhias de papel.

Tem muito sal para pouca sopa!


Sim sou eu sisudo,
Assim me mostro ao mundo
Mas eles nem sonham em pensar.
Que minha mente esta a cantar.

Seja claro na pergunta.
Para ser claro na resposta.


Minha vida é marginal.
Tem vidas que é uma travessa longitudinal.
Aquilo que se persegue.

Maldito seja o homem que cozinhou a carne.

Entre ditos e não ditos.
Saudades de você
Velho amigo Benedito.

O homem pode.
O mesmo crê.
Em tudo aquilo
Que não vê.

Agora é tarde.
Não tenho tempo para sonhar.
Porque minha cabeça.
Não para de fervilhar.

Que bacana,
Acabo de apagar um cigarro na cama.


Meu dente caiu.
Hoje é primeiro de abril.
Vou pedir para fada madrinha.
Para que ninguém na escola.
Me chame de Porteirinha.


Soneto do Tempo

Um espaço, um lapso, uma duração
Indeterminado, marcado,incerto ou não
Que se espera, que se perde, que passa
Abstrato, invisível, inodoro, sem massa
O senhor absoluto de todos e de tudo
Breve ou contínuo, só nos é imputado
À ele, nada nem ninguém poderá parar
Segue soberano, sem nunca se cansar
Sua marca em tudo, se deixa perceber
O filho de um filho que já se faz crescer
Nos brancos cabelos, no rosto vincado
Saúde evanescendo, o livro amarelado
Capaz de intervir na mais bela paisagem
Tempo, o tempo, todo o resto é bobagem!


Daisy Braito 

Capitã

Não me deixe sozinho neste barco.
Temos tanto a velejar,
mares à desbravar.
Não me abandone agora.
Minha capitã 
Minha senhora.
Cuida de seu marinheiro.
Que eu cuidarei de você o tempo inteiro.
Vamos içar nossas velas.
Eu nem espero por calmarias.
Sei que a viagem não vai ser fácil.
Sei que o tempo é revolto.
Também sei do seu cansaço.
Mas minha capitã
Não me abandone não.
Não tenha medo do escuro.
Pois estes não me amedrontam não..
Vem, vamos velejar....
Viver do céu, do mar e do ar.
Vem viver comigo.
Vamos levantar âncora.
Vamos içar as velas e o mundo ganhar...
Vêm... vêm..


Anderson Serevincis 

Poesia é...

Poesia é transcrever sentimentos.
Em poucas palavras. 
Falar de momentos.
Em rimas curtas.
Expressar sofrimentos.
Em palavras fáceis.
Dizer o que passa aqui dentro.

Poesia é:
Viver sem os pés no chão.
Caminhar, cantar.
E deixar...
Apenas o dia passar.

Poesia é assim.
Vem do mais simples pensar.
Ali, as vezes quietinho.
Você está num estado de poesia.
Aí não adianta guardar.
Tem que logo rabiscar.
Pois as palavras vão sumir.
E dificilmente vai reencontrar... 


Anderson Serevincis

Soneto da Inspiração

Vem adentrar todos os meus devaneios
Quer ser personagem da minha utopia?
Só beijo de leve o centro dos meus seios
E sinta de onde vem toda minha poesia
Ao adormecer na calada da obscuridade
Já em total letargia, no âmago da alvorada
Palavras me entorpecem com tal sonoridade
Estremece meu corpo como febre instalada
No torpor do sono, não sei bem decifrar
Palavras e imagens me correm a mente
Pressinto, não sei se ainda estou a sonhar
Pele me queima, como fogo a me acariciar
De súbito desperto, não mais que de repente
Poesia se revela, na boca, como a me beijar!!!
Daisy Braito